sábado, 29 de janeiro de 2011

Caso Verdurama: ex-secretário de finanças fala pela primeira vez

A Câmara de Pindamonhangaba vota na semana que vem o relatório final da CEI (Comissão Especial de Inquérito) da Verdurama. A comissão investiga o contrato da empresa com a prefeitura para o fornecimento de merenda para a rede pública. Com base no que foi apurado, os vereadores cogitam pedir o afastamento do prefeito.

Nesta semana, o ex-secretário de finanças de Pinda, Sílvio Serrano, que foi exonerado do cargo quando surgiram as denúncias, resolveu falar. Depois de três meses, ele rompeu o silêncio, e negou as acusações.

"Eu tenho consciência muito tranquila, que eu fiz o melhor de mim por Pindamonhangaba, nesse contrato e em toda a minha gestão," afirmou Serrano.

Sílvio Serrano foi exonerado do cargo de Secretário Municipal de Finanças em outubro do ano passado. O motivo foi a suspeita de envolvimento em um esquema de propina, relacionado ao contrato da prefeitura com a Verdurama.

De 2006 até o fim do ano passado, a empresa forneceu merenda para escolas da rede pública. Segundo o Ministério Público, a Verdurama faz parte de um cartel, e empresas do mesmo grupo teriam participado da licitação.

Na época, Sílvio Serrano era o responsável por liberar dinheiro para os contratos da prefeitura. "Do meu ponto de vista não tem irregularidade. Minha alçada é fazer a contratação e depois de feita a contratação, passar para área, que é a Secretaria de Educação, pra executar o projeto e eu pagar", explicou o ex-Secretário.

"Nós levantamos documentos junto ao inquérito civil que apontam a participação de outro secretário municipal", contou o advogado de Sílvio, Paulo Fernandes. O outro secretário a que o advogado se refere é Arthur Ferreira dos Santos, que ocupa o cargo de Secretário de Governo e também é investigado.

No Ministério Público, há documentos da empresa Verdurama com os contatos do secretário, uma conta bancária em nome dele e o recibo de uma ajuda de custo, de R$20 mil. As planilhas mensais mostram os mesmos valores outras vezes.

Arthur defende que a conta era utilizada somente para movimentação financeira de uma rádio, administrada por ele. A rádio era de Djalma Silva Santos, um ex-Diretor do grupo Verdurama.

"Nunca recebi nenhum recurso, não conheço a Verdurama, esse assunto da rádio é de 2007, portanto, antes de eu entrar na prefeitura. O Djalma dizia que o dinheiro era dele, uma iniciativa dele de colocar recursos na rádio", contesta Arthur Ferreira dos Santos.

A Câmara de Pindamonhangaba também abriu uma Comissão Especial de Inquérito para apurar as denúncias. Segundo ela, há provas de corrupção na prefeitura. Nessa segunda-feira (31), ela vai pedir a abertura de uma comissão processante. Se os vereadores aprovarem, o prefeito vai ter de responder às acusações.

Uma planilha encontrada no computador do sócio de uma empresa ligada à Verdurama é uma das principais provas do Ministério Público. O documento mostra que uma pessoa de Pindamonhangaba ganhava quase R$ 45 mil por mês da empresa. Para o Ministério Público, essa pessoa é Paulo Ribeiro, cunhado do governador Geraldo Alckmin.

A irmã de Paulo, Lu Alckmin, defendeu a investigação das denúncias. "Nós queremos é a rigorosa apuração, que foi o que o governador falou. E estamos aguardando, agora é aguardar. Todos nós devemos pagar pelo que fazemos,", disse a Presidente do Fundo Social de Soliedariedade, Lu Alckmin.

A Verdurama informou que não manteve contatos com Arthur Ferreira dos Santos, e que desconhece os documentos que estão no Ministério Público. O ex-diretor do grupo, Djalma Silva Santos, não foi localizado.

Em nota, o prefeito de Pindamonhangaba, João Ribeiro, informou que não existem provas contra ele. Já o advogado de Paulo Ribeiro não retornou às nossas ligações.



Veja também a matéria em vídeo: http://www.vnews.com.br/noticia.php?id=88992

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